domingo, 17 de junho de 2007

blá! blá! blá?

O mundo da Internet e sobretudo o da televisão levou-nos a banalizar de tal forma a informação que isso se reflecte em tudo o que procuramos, lemos ou ouvimos. Não temos paciência para ouvir (por exemplo) o manifesto Anti-Dantas porque aquela merda tem 10 minutos, com um gajo – que me perdoe o grande Mário Viegas – a recitar um texto que até temos que estar com atenção para o perceber. Também não temos paciência para ler as noticias no jornal, ou ler uma coluna de opinião, minimamente digna de reflexão, é muito melhor, rápido e entusiasmante ver os telejornais porque há mexerico, há sangue, há politica em notas de rodapé, ou de horas caso se tratem de escândalos e, tem publicidade com gajas boas no intervalo – o melhor diga-se de passagem. Ou então condensamos tudo e vemos ao domingo o resumo no monólogo Marcelo ficando assim com opiniões bem consolidadas sobre as mais vastas matérias para toda a semana.
Pertencemos a uma geração onde o lixo da informação prolifera. “Eu filtro a informação”, uma grande mentira e pior, um acto inconsciente. Não filtramos, consumimos e guardamos de tal forma que muitas vezes nunca mais nos esquecemos desse lixo que uma vez vimos ser anunciado ou informado na televisão. Isto porque tanto na publicidade, como na informação dos média, as coisas nos são transmitidas de modos estudados que permitam ora sair de casa e comprar uma porcaria qualquer que nem sequer precisamos , ora segurar-nos frente ao ecrã.
No concerto de TERRACOTA a que ontem assisti com os meus amigos, numa das músicas cantavam “diz não à televisão”. Numa BD do Calvin, ele aparece com um livro e lê para o Hobbes: “A religião é o ópio do povo” Carl Marx. ao que este lhe responde: “ele ainda não conhecia a televisão”. Escusado serão mais exemplos da quão clara é a decadência da comunicação social.
Chegamos à Internet, aquele meio que tem o seu maior potencial no banco de imagens, o maior do mundo e sempre útil, tal como a informação de factos, em constante actualização e bastante fiel. Quanto à informação técnica ou digamos um bocadinho mais aprofundada, deixo muitas reticências. Os blogs, aqueles que merecem ser vistos – e este não é um desses casos:) – contem informação útil e contêm sobretudo reflexões sobre os temas aos quais se dedicam. O problema é que para se promoverem essas discussões é preciso ler e escrever muitas páginas, não chega a nota de rodapé do jornal da TVI ou 5 linhas ilustradas com uma imagem, é preciso discernir e dissecar as temáticas que ocupam parte das nossas vidas.




fabio (cu centrale)

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