Estou de volta... Duas semaninhas de descanço. Descanço espiritual e lavoral. Longe da nossa terrinha de sonho, de volta à realidade. Reencontrar caras familiares, as caras de sempre, os gestos de sempre, as rotinas de sempre, as capas de sempre. Um ano passou desde que saí da nossa "tuga", e muita coisa mudou para meu espanto. Amigos para casar, amigos com corações partidos, amigos formados, amigos mais calmos e outros mais rebeldes (se me permites o termo, zézito ;) ), amigos baldas (cada vez menos), a nossa tasquinha fechada, a "nossa" queima que agora passou a ser mais um festival académico, a minha guitarra com cordas agora mortas de tão pouco uso, o Fred que agora tem namorada e já não canta fado, a Claudia e o Nuno finalmente juntos (parabéns amigos). Por falar em fado. A serenata não mudou, mudaram sim os que lá tocam e os que assistem. Já não escondem debaixo da capa o traçadinho da Dona Luisa porque a esta, a idade não lho permite fazer. Seguram os copos de plástico que passaram a fazer parte do dia-a-dia académico. As receitas não vão "lá p'ra casa", ou para "o neto que também anda nos estudos". Vão para a grande conta das grandes empresas que patrocinam a tradição.
A habitual espera para a janta em casa do Drop, em virtude de maís uma partidinha de p.e.s.. Pedro e Inês têem agora uma ponte pedonal sobre o nosso Mondego. As letras do hotel Astoria bem carregadinhas de vermelho ainda lá estão. Sitio onde perdi o folgo pela primeira vez... (um espaço onde não dizemos nada e quermos dizer tudo... Agora até dá vontade de rir, não é Isabel? ;)). Skate na praça até às tantas. Elisio, Guilha e os outros da "amizadezita". Rir com o Platão, as Praxes no "pintos". As cinco matriculas do Arafat (tem cuidado Tareco, que ainda vais pelo mesmo caminho :)). Cafés, cigarros apagados, copos vazios, guitarras desafinadas e vozes gastas. Ingredientes de um final de noite que à muito não o é.
Agora que escrevo penso... Será que mudou assim tanta coisa? Ou fui eu que mudei? Mudámos! Mas continuamos aqui. Como no primeiro dia.
Coimbra teve ainda outro encanto, durante estas duas semanas. O teu nome. O teu nome escrito em cada capa traçada, em cada pedra da calçada. Acompanhaste-me a cada minuto do meu dia. O que me faz pensar, o que sei que te faz pensar...Longe, longe de ti e de outras coisas incertas. Mas tão perto, tão perto todos os dias... No dia que regressei disse-te um "adeus" quando na verdade queria dizer que adoro o ninho dos teus braços, o barulho da tua respiração e o teu cheiro. Sintoma da tua presença. Olhaste-me, desligaste o teu "botão" e dizes-me baixinho ao ouvido que vais sentir a minha falta. Sorrio quando na verdade não te queria largar... Traços de uma despedida que soube demasiado a despedida. E agora que volto não sei o que vou encontar.
Cara de Cu
Cara de Cu
3 comentários:
Incrível como em poucas palavras conseguiste resumir as complexas dinâmicas (hmm.. será que podemos chamar-lhes assim?) existentes entre nós... Somos todos tão diferentes mas nos fundo há qualquer coisa que nos torna iguais e nos une! Há uma alegria qualquer, um certo tipo de bem-estar que nos fazemos sentir e nos proposcionamos uns aos outros! E ainda bem que assim é... Coimbra somos nós e... a Queima, és TU, Pedro;)
PEDRO, fiquei muito triste por não ter estado contigo. "Perdi tudo". Arranjei o teu número português através de uma amiga, pensando que estaria certo, mas pelos vistos estava incorrecto. Um desencontro que me deixa triste mas que não pode voltar a acontecer! Diverte-te que cá te espero para uma latada com finos a menos de 5 euros certamente!
Abraço e tu és do punk rock!
"ainda bem que existes"! há praki muita lamechice no meio bah... não vi coisa de macho!!! lol
gande queima, gande imagem, gande tour às nossas bebidas de Portugal :D
abraço loco
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